Minicursos - VIII SELIMEL E I SIEL 

1. A narrativa de Nikolai Leskov (CANCELADO)
Noé Oliveira Policarpo Polli (USP)

O minicurso apresentará a vida e a obra de Nikolai Leskov, importante figura da literatura russa do século XIX, com um estudo acerca da sua arte de contar histórias, nos aspectos mais salientes, como a linguagem inconfundível, a figura do narrador, a praxis da composição e outros procedimentos literários, que o tornaram tão peculiar no contexto cultural do seu país.

2. Tradução e Ideologia: cinema, televisão e literatura
Charles Rocha Teixeira (UnB)

A Tradução Audiovisual (TAV), em suas modalidades de tradução, trata de todo processo tradutório advindo de ambientes semióticos distintos e suas implicações. Tendo por base os Estudos de Tradução, levantaremos questões que envolvam tal processo e seu entendimento enquanto tal. Para tanto, tomaremos por base artigos científicos que versam sobre Análise Fílmica, Discurso e Linguagem Cinematográfica,  Tradução  intersemiótica, Adaptações para o cinema e televisão, ambientes semióticos distintos e suas ideologias.

3. Multiletramentos: a imagem e o texto verbal em uma pedagogia para o futuro
Fábio Alexandre Silva Bezerra (UFPB)

Na sociedade contemporânea globalizada e culturalmente diversificada, “a comunicação torna-se cada vez mais multimodal” [minha tradução] (Christie, 2005, p. 123), daí a importância de compreendermos como recursos semióticos (van Leeuwen, 2005) além da linguagem verbal têm sido usados para criar identidades, posicionando as pessoas socialmente, bem como representar realidades diversas de maneiras particulares. Nesse contexto, o New London Group , em trabalho pioneiro, publicou um artigo na Harvard EducationalReview, onde é apresentado “um panorama teórico das conexões entre o ambiente social em constante mudança com o qua,0l alunos e professores se deparam e uma nova abordagem pedagógica de letramento, que eles denominam ‘multiletramentos’” [minha tradução] (1996). Nesta publicação, são sugeridos os quatro seguintes componentes do fazer docente em uma perspectiva multimodal: 1) prática situada, 2) instrução explícita, 3) enquadramento crítico e 4) prática transformada. Dessa forma, o presente minicurso objetiva despertar o olhar do leitor para a interação entre a linguagem verbal e a imagem em textos multimodais, promovendo uma reflexão sobre o papel dos recursos visuais na construção de sentidos em diferentes contextos, tais como: anúncios publicitários, textos jornalísticos, capas de revistas, pôsteres, artigos acadêmicos, dentre outros. Para tanto, promoveremos atividades teóricas e práticas a fim de exemplificar como a interação entre esses recursos semióticos constrói a realidade a partir de diferentes visões de mundo e com objetivos específicos. Mais especificamente, com base na Linguística Sistêmico Funcional (Halliday; Matthiessen, 2004) e na Gramática Visual (Kress; van Leeuwen, 2006), exploraremos como o texto verbal e a imagem a) constroem representações da realidade: função representacional; b) atribuem papéis e estabelecem relações com o leitor: função interacional; e c) expressam diferentes valores de acordo com sua posição no texto: função composicional.

4. O texto literário em aula de língua espanhola
Magnólia Brasil Nascimento (UFF)

No momento em que vemos a literatura perder cada vez mais terreno na sala de aula, parece-nos oportuno ocupar-nos da importância da literatura como manifestação de cultura no processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira, do espanhol, especificamente. Pretendemos, no breve tempo que teremos para tanto, a partir da discussão sobre as relações que costumam estabelecer-se entre o ensino de uma língua estrangeira e a literatura, abordar diversos problemas dessa relação com o objetivo de chamar a atenção para equívocos e controvérsias ainda não solucionados, propor estratégias didáticas e oferecer possíveis soluções. O minicurso se revestirá de uma certeza fundamental: a de que o professor, não importa se de língua primeira ou estrangeira, não pode resvalar pelo recurso minimizador de usar o texto como pretexto ou mera fonte de exemplos. Finalmente, queremos que fique bem claro o que Antonio Candido defende com empenho: o direito de todos à literatura. É preciso oferecer a literatura aos alunos porque ninguém pode amar o que não conhece. A literatura faz parte dos direitos fundamentais de todo ser humano. Como professores de língua, cabe-nos abrir as portas da literatura ao educando, não só pela sua importância no processo de aprendizagem, mas também porque a literatura faz parte dos bens que proporcionam a felicidade humana.

5. Le français parlé aujourd'hui
Dário Pagel (UFS)

Nós nos propomos a apresentar uma descrição para aprendizagem da pronúncia do francês pelo viés de um olhar didático induzido nos termos do funcionamento da comunicação verbal em francês. Trata-se de um exercício de síntese de um domínio que se direciona aos professores e aos estudantes de francês como língua estrangeira. Assim, este minicurso visa a mostrar que o professor e o aprendiz devem buscar uma visão do conjunto da organização e do funcionamento da expressão oral do francês que lhes permite substituir cada caso particular em um conjunto de hábitos articulatórios e acústicos.

6. Estudos da significação em sala de aula
Mônica Mano Trindade Ferraz (UFPB)

Pretende-se, com este minicurso, discutir o ensino da Língua Portuguesa como língua materna, a partir da reflexão sobre as contribuições das áreas da Semântica e da Pragmática nas práticas de leitura, escrita e análise linguística. Para isso, abordaremos dois tópicos: a) as relações lexicais - sinonímia, antonímia, hiperonímia, homonímia e polissemia - vistas como mecanismos linguísticos responsáveis pela elaboração do sentido textual e b) Os níveis de inferência - acarretamento, pressuposição e implicatura - relacionados ao processo de compreensão de gêneros específicos. Em um primeiro momento, apresentaremos os conceitos referentes aos dois tópicos, discutindo a pertinência do contexto, tanto para o estudo do léxico, quanto para as inferências. Em sequência, mostraremos as possibilidades de aplicação didática, o que implica tanto a análise de materiais já existentes, como também a elaboração de novas propostas, relacionando tais questões da significação às práticas com o texto.

7. Da desconstrução de uma tradição ingênua: contos de fadas e mitos sob uma nova ótica
Aldenora Márcia C. Pinheiro Carvalho (UFMA) e Janete Serra Costa (UFMA)

Este minicurso discutirá o erotismo e as subversões presentes nos contos de fadas e em narrativas míticas clássicas a partir da leitura e da análise de histórias infantis como Pele de Asno, A Pequena Sereia e A Bela Adormecida. A partir dos pressupostos de Vernant (2006), Salis (2003), Bettelheim (1980) e Coelho (2003), pretende-se incitar os participantes a uma leitura crítica para a desconstrução da tradicional concepção  de ingenuidade nos contos de fadas.

8. O livro didático de português como uma tradição discursiva: uma proposta de análise
Luciene Maria Patriota (UFCG)

O conceito de tradições discursivas.  Suas características básicas. O livro didático de português como uma tradição discursiva. Mudanças e permanências dessa tradição nas dimensões visual-tipográfica e linguístico-discursiva.

9. Trabalhando o lúdico e o afetivo com crianças das primeiras fases escolares: algumas propostas e procedimentos em ELE e FLE
Fabrício Cordeiro Dantas (UFCG) e Josilene Pinheiro-Mariz (UFCG)

Este minicurso propõe estratégias de como se trabalhar Línguas estrangeiras com crianças entre 3 e 10 anos de idade. Além de uma exposição teórica, propomos uma abordagem do lúdico em sala de aula para o público-alvo; e, em seguida, compartilharemos algumas possibilidades de atuação que privilegiem o lúdico e o afetivo.

10. Do escrito ao oral: trabalhando com gêneros exigidos em congressos
Elisa Cristina de Amorim Ferreira (UFCG) e Glenda Hilnara Silva Meira (UFCG)

As diferentes instâncias do conhecimento exigem dos sujeitos envolvidos a produção e a leitura de gêneros específicos, a fim de que possam se assegurar como membros daquelas comunidades. No ensino superior, vários gêneros são solicitados sem que haja, muitas vezes, uma preocupação com um trabalho sistematizado que considere a situação comunicativa. Isso repercute na utilização desses gêneros em eventos de divulgação científica, nos quais são requeridos dos sujeitos participantes a produção de gêneros específicos da academia, como artigo, resumo de trabalho acadêmico, exposição oral, palestra e debate, sob os diferentes suportes, como apresentação em slides e pôster. Diante dessa realidade, este minicurso visa estudar os gêneros artigo, resumo e exposição oral, bem como os suportes pôster e apresentação em slides propostos em congressos, a fim de contribuir para o desenvolvimento do letramento acadêmico dos participantes.

11. O ensino de língua materna na ótica funcionalista
Tatiane Xavier da Silva (UFRN)

Este minicurso visa à reflexão sobre o ensino de língua portuguesa a partir dos preceitos funcionalistas. Com base no enfoque funcionalista, parte-se da perspectiva de que a língua é lugar de interação e à escola cabe a tarefa de trabalhar os diversos usos da língua. Considerando esse foco, discutem-se questões como ensino de gramática e as implicações para o processo ensino aprendizagem em língua portuguesa

12. Prática de análise linguística na sala de aula
Maria Auxiliadora Bezerra (UFCG) e Maria Augusta Reinaldo (UFCG)

Conceitos de análise linguística. Distinção entre ensino de gramática tradicional e de análise linguística. Atividades de análise linguística orientadas por diferentes perspectivas, com o objetivo de discutir os conceitos de análise linguística e apresentar propostas de abordagem de estudo das unidades linguística. Serão abordados: i) conceitos de ‘gramática’ e de ‘análise linguística’ em textos acadêmicos em documentos parametrizadores do ensino; ii) modelos de análise linguística segundo diferentes perspectivas teóricas; e iii) sugestões de propostas de ensino de gramática e de práticas de análise linguística(estudo do advérbio).

13. A neurociência e o ensino-aprendizagem
Ana Berenice Peres Martorelli (DLEM/UFPB)
Clélia Barqueta (DLEM/UFPB)


Ementa: A Neurociência considera que a aprendizagem é a chave para o desenvolvimento do ser humano e que aprender é um dos atos mais prazerosos vivenciados pelo cérebro. A noção de plasticidade revela que  o cérebro se modifica de acordo com o seu próprio funcionamento, de acordo com as suas próprias decisões e experiências. Portanto, o conhecimento sobre a forma como o cérebro trabalha de modo a manter o indivíduo em condições de melhorar seu processo de aprendizagem leva a posturas dentro da sala de aula,  que fazem com que novos comportamentos e situações sejam vivenciadas tanto por professores como por alunos. Este minicurso se propõe a apresentar, discutir e aplicar algumas das descobertas feitas pela Neurociência sobre o funcionamento do cérebro, o sistema límbico, o papel da atenção , entre outros, enfatizando como essas descobertas podem otimizar e reprogramar o processo  ensino e a aprendizagem. Como embasamento teórico utilizaremos os estudos de Herculano-Houzel (2005, 2007, 2010), Rose (2006), Amodt e Wang (2011) Katz e Rubin (2008). Baseado a fim de explanar, de forma teórico-prática, diferentes e diversificadas atividades e dinâmicas, direcionadas a professores e alunos, com o objetivo de promover ganhos significativos na aprendizagem.

14. Leituras dialógicas de gêneros: Bakhtin e o círculo no contexto didático
Patrícia Silva Rosas de Araújo (UVA/PROLING-UFPB)
Roberta Soares Paiva (UEPB)

Após a década de noventa, vimos o aumento significativo das pesquisas em torno dos gêneros do discurso. Assim, o estudo dos gêneros de um modo geral tem impulsionado mudanças nos referenciais curriculares brasileiros para a Educação Básica (PCNs, PCNEM, CEMs), propondo os gêneros de discurso como um dos objetos do ensino de língua materna. No Brasil e em outros países, as concepções bakhtinianas têm sido retomadas e citadas, muitas vezes, com efeitos de interpretação e apropriação diversos. Neste minicurso, tem-se o objetivo de discutir algumas questões teóricas e metodológicas na análise dos gêneros do discurso e sua relação com outros conceitos centrais, tais como enunciado, texto, discurso e língua. Partimos dos seguintes questionamentos: a) Qual(is) a(s) concepção(ões) de gênero(s) presente(s) nos materiais didáticos trabalhados em sala de aula?; b) Em que medida os estudos de Bakhtin e do Círculo sobre gênero do discurso contribuem para as práticas/discursos didáticos escolares?; c) Como otimizar o ensino de língua materna a partir da concepção dialógica dos gêneros?